Kizomba na Rua

Kizomba na Rua: Um Palco ao Ar Livre para Celebrar a Alma da Dança Angolana

Desde o dia 22 de dezembro de 2012, a Baía de Luanda ganha vida aos domingos com o pulsar de um movimento que transcende a dança. O “Kizomba na Rua” nasceu da paixão e determinação de três jovens visionários, Paulo Isidoro dos Reis, Osvaldo Lima e Gabriel Cabinda, que transformaram uma simples ideia em um marco cultural. Inspirados pelo Concurso Nacional de Kizomba de 2011, decidiram levar a dança para as ruas, criando um espaço de celebração, inclusão e valorização da identidade angolana.

O projecto rapidamente se tornou um ponto de encontro para centenas de amantes da dança, superando barreiras sociais e culturais. De semba a kizomba, ritmos que traduzem o coração de Angola, os participantes não apenas dançam; eles partilham histórias, criam laços e reafirmam a sua ligação com as raízes culturais.

Mais de 20 professores voluntários de diferentes escolas oferecem aulas gratuitas, abrindo portas para que todos, desde curiosos até apaixonados pela dança se sintam acolhidos. É uma aula a céu aberto, onde o som das ondas da baía se mistura à música, criando uma atmosfera mágica de celebração e aprendizado.

Porém, como toda grande ideia, o Kizomba na Rua enfrenta desafios. A necessidade de iluminação adequada, equipamentos de som e computadores para organizar as actividades limita a expansão deste sonho. A proposta de levar o movimento para outras regiões de Angola ainda espera pelo apoio necessário para tornar-se realidade.

Mesmo assim, domingo após domingo, entre 18h30 e 21h00, a Baía de Luanda se transforma em um verdadeiro palco ao ar livre, onde não há plateia, apenas protagonistas. Cada giro, cada passo e cada sorriso são testemunhos vivos do poder da cultura em unir pessoas.

Essa iniciativa é sustentada por nomes que merecem menção honrosa: Bernadeth Mabungo, Domingas Morais, Alberto Celmo, Mário Jordão, Nelson Albergaria, Luzia Cacal, N-Py da Baila, Ulisses Costa, Dilson Kizomba, Jandira Santos, Mário Contreiras, e os participantes do Concurso Nacional de 2011, como Délcio Evolução e Gildo. Todos, de alguma forma, deixaram as suas marcas nessa história que continua sendo escrita a cada domingo.

O Kizomba na Rua não é apenas um movimento dançante, é a celebração, conexão e resistência. É um convite para que cada angolano se reconecte com suas raízes, reafirme o seu orgulho e deixe que a música guie os seus passos rumo à união e ao futuro; esta iniciativa já faz parte do roteiro dos estrangeiros que visitam Angola e que querem entrar em contacto com a Kizomba e o Semba.

Fonte: https://youtu.be/25QaGi8iykQ?si=6-YWAtM5jHflyuea