O Semba

O Semba!

Semba é um género de música e de dança tradicional de Angola que se tornou muito popular nos anos 50 e 60. A palavra semba significa “umbigada” em kimbundo. Numa tradução livre, a palavra Semba representa “um toque das barrigas” – um dos movimentos mais reconhecíveis e divertidos neste estilo de dança.

O semba tem suas raízes nas músicas tradicionais da região kimbundo, da cidade de Luanda e da ilha de Luanda; não tem uma definição clara, única, unívoca, é um movimento e uma estrutura musical que começa a desenhar-se nos anos 50 e 60, tem tido muitas formas. Como género de música tem as variantes rebita (Massemba), semba lamento, semba cadenciado e semba ritmo. Existem novas correntes que classificam o semba de fusão as sonoridades que se fundem com o semba como são os casos da kizomba, jazz, ritmos populares tradicionais de Angola, world músic, tecno e house.

Jomo Fortunato investigador e antigo Ministro da Cultura, Turismo e Ambiente é o especialista que mais escreveu sobre a origem do semba; nas investigações de Jomo Fortunato, as turmas, pequenas formações que se emancipavam de forma alternada dos grandes grupos carnavalescos, foram o embrião da grande maioria dos grupos musicais angolanos que vieram a dominar musicalmente as cidades.

Muitos cantores angolanos, refere o crítico, são originários das turmas e tiveram nestas micro-agremiações o seu ambiente de aprendizagem. Outros, muito poucos, tiveram a catequese missionária, a Casa dos Rapazes de Luanda, a Casa Pia e os Grupos Corais da Igreja como suporte de ensino, concluiu Jomo Fortunato.

 

Em declarações ao Jornal de Angola, Jomo Fortunato referiu que o principal ponto de abordagem estará centrado numa proposta de periodização da Música Popular Angola; segundo explicações do crítico, deve-se destacar o contributo da reconstituição histórica da Música Popular Angolana, desde meados dos anos quarenta, data da fundação do Ngola Ritmos, apontada por Liceu Vieira Dias, no filme “Ritmo do Ngola Ritmos” do realizador, António Ole, até à contemporaneidade musical angolana; “Na verdade, a minha incursão passa pela definição de música tradicional e popular, processo de consolidação do semba até à fase eléctrica ou electrificada. Tenho referido nas minhas conferências nacionais e internacionais que há um segmento musical pré-urbano, configurado no espaço rural, ritualizado por diversas práticas e costumes, que se dimensiona num quadro cultural e antropológico específico”.

De acordo com o investigador, a Música Popular Angolana, que se actualiza no espaço urbano, “foi contaminada e absorveu”, ao longo do seu processo de formação, as técnicas de execução dos instrumentos musicais ocidentais. “É neste quadro, caracterizado por um complexo cruzamento de influências, que a Música Popular Angolana foi ganhando forma e adquiriu a feição estrutural que hoje se conhece”, realça (Fonte: www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/jomo-fortunato-defende-estudo-da-historia-da-musica-angolana-nas-universidades/)

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Exemplo de música Semba, em Vídeo

Exemplo de dança Semba, em Vídeo

Uma resposta

  1. Rico material de estudo dos ritmos desta terra.
    A música de Angola é prazerosa de se ouvir, a elegâncias das danças desses ritmos, encanta individuos de ambos géneros, origens e idades, reunindo e agradando um vasto universo de nacionalidades.
    Na actualidade, tenho conhecimento por participar, mantendo-me assim, individualmente ligado a esse movimento universal de expansão dos ritmos angolanos, desde o instrumental à componente dança, principalmente nos géneros SEMBA; KIZOMBA e REBITA, onde me encontrar geograficamente.
    Sou um dos elementos da formação denominada “OS KOTAS QUE BAILAM” (THE KOTAS WHICH DANCE).
    Um movimento cultural nacional em expansão, fruto da iniciativa de um jovem que se preocupa com a preservação do passo de dança, e que se pretende referência da preservação da dança dos ritmos acima citados.
    Pretendendo preservar os seus conteúdos, difundir cada ritmo dançante com a qualidade original e com isso, registar ou patentear a sua origem.
    Daí o interesse no conteúdo deste Link, que considero uma ajuda importante no xadrez de movimentos culturais intervenientes nesse processo de difusão e patenteamento do que é originalmente angolano.

    Rui Vieira Gourgel.

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